Avaliar perdas, antecipar desastres, crises e
emergências. Além disso, prevenir riscos, proteger patrimônios e salvar
vidas humanas.
A proposta do gerenciamento de riscos é reduzir a
probabilidade de sinistros ou o seu impacto, caso ocorram.
Um
estabelecimento seguro poderia, por exemplo, ter evitado a morte de mais
de 230 pessoas por causa do incêndio na boate em Santa Maria/RS, na
madrugada de 27 de janeiro.
Entre tantas lições da tragédia, ficou
evidente o atraso existente no campo da segurança para situações com
aglomeração de pessoas.
Para a presidente da Associação Brasileira de
Gerência de Riscos (ABGR), Cristiane Alves, um programa de prevenção de
perdas é de suma importância no mundo moderno.
“A cada dia as exposições
às perdas se tornam maiores e isso decorre do mundo globalizado,
conectado por meio da internet, entre outros fatores como o aquecimento
global, etc.
Esse cenário traz desafios financeiros, políticos, legais,
regulatórios, ambientais, cibernéticos, logísticos e de reputação, entre
vários outros”.
Assim, ela acredita que o desempenho de qualquer
atividade está condicionado à identificação de possíveis riscos. “E
havendo uma pequena chance de que uma perda possa se concretizar, é
preciso trabalhar para afastá-la e minimizar o seu impacto”, pontua.
No caso de Santa Maria, além da inspeção de órgãos
públicos em casas noturnas, faz-se necessário o monitoramento pelo
responsável pela gestão de risco.
“Cabe lembrar que faz parte do
gerenciamento de riscos também o plano de ação a ser seguido diante da
ocorrência do evento que causa a perda. O sucesso desse plano depende de
testes e simulações periódicas”, diz.
Após todo o trabalho de identificação, análise,
tratamento o gerente de riscos verifica qual o “apetite de risco” de sua
companhia. Ou seja, até onde a empresa pode “bancar” eventual perda sem
comprometer a sua continuidade, o seu fluxo de caixa.
Toda eventual
perda que ultrapasse o “apetite de risco” da companhia pode ser
transferido a um terceiro.
“O seguro é o instrumento mais comum para a
transferência de risco e por isso muitas vezes, até hoje, é difícil
isolar a gerência de riscos do seguro”, afirma Cristiane, apontando
também que existem diversas alternativas para mitigar riscos e o Brasil
ainda tem um longo caminho a percorrer.
“Nas grandes e parte das médias empresas,
fomos obrigados a desenvolver e por em prática a gerência de riscos,
muito porque havia uma exigência por parte das seguradoras para aceitar o
seguro”, completa a executiva.
Fonte: CQCS | Camila Barreto
Reginaldo Silveira - Corretor de Seguros
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